domingo, 16 de fevereiro de 2014

A FUNÇÃO PEDAGÓGICA DA IGREJA PRECEDE A SUA FUNÇÃO TERAPÊUTICA

Como já abordado em edições anteriores, cada segmento da sociedade é identificado por suas características peculiares. É de João Calvino o crédito por reconhecer a importância do estado e da igreja como poderes ordenados por Deus para o bem da humanidade e para a ordem correta da sociedade humana. Cada instituição atuando dentro de sua esfera específica – a igreja como instrumento da graça especial, responsável pela pregação do evangelho e pela vida espiritual dos homens; o estado, como agente da graça comum (alvo calvinista difícil de ser atingido até mesmo numa sociedade comprometida com a teologia reformada), responsável pelos afazeres civis e a observação da lei de Deus conforme revelada nos dez mandamentos.

Um raio-X da sociedade atual revela uma realidade bastante negativa que afeta a humanidade: adultério, falsidade, egoísmo, corrupção, desvio de caráter, falta de amor, etc. Todo o sofrimento imposto ao gênero humano lhe é aumentado dia a dia pela quebra da comunhão com o Criador e seus propósitos. Pela desobediência, advieram consequências que repercutem sobre toda a humanidade, e o único meio pelo qual a comunhão com Deus pode ser restabelecida é através da pregação do evangelho que são as boas novas de salvação em Jesus Cristo. Entende-se por pedagógica a atividade da Igreja de educar através do ensino pela Bíblia e pelo evangelho dos princípios inegociáveis de Deus; por terapêutica, a atividade que trata dos meios de curar e da aplicação dos medicamentos. Essa função foi dada à Igreja, haja vista a manifestação do apóstolo Paulo aos Efésios de que é pela igreja que a multiforme sabedoria de Deus deve-se tornar conhecida, segundo o eterno propósito que estabeleceu em Cristo Jesus, nosso Senhor (3: 10, 11). Também expõe Calvino que “..., onde quer que vemos a Palavra de Deus ser sinceramente pregada e ouvida, onde [vemos] serem os sacramentos administrados segundo a instituição de Cristo, aí de modo nenhum se há de contestar está uma igreja de Deus” (Institutas, IV, 9).
A Palavra é a Palavra de Deus, os sacramentos são sinais visíveis de graça invisíveis. Qualquer faceta diferente do propósito da Igreja, por mais belo e bem intencionado que possa ser não transforma nenhum agrupamento em igreja verdadeiramente, porque a principal característica que identifica a Igreja de Jesus Cristo é a obediência ao seu mandado. Ao pregar sinceramente o evangelho e administrar corretamente os sacramentos, a Igreja cumpre a sua função pedagógica e assim, exerce a sua função terapêutica no mundo.

Porque Jesus Cristo está voltando, importa que todos nós estejamos alerta!

Nos laços da cruz!
                                        Rev. Carlos Alberto Castorino de Oliveira.
Pastor da Segunda Igreja Presbiteriana de Anchieta.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

A UNIDADE DA IGREJA COMO FONTE DE TERAPIA DA ALMA

Ao analisarmos a expressão do apóstolo Paulo: “E a todos nós foi dado beber de um só Espírito” (I Co 12: 13), fica muito claro o conceito de unidade que ela alcança. Como tal expressão foi dirigida à uma igreja do Novo Testamento, seus efeitos se refletem nas igrejas dos dias atuais. Em sentido teológico essa expressão fala de Jesus, o Senhor da Igreja, como centro e razão de ser da unidade de uma verdadeira igreja. Mas, por que “verdadeira igreja”? Existe igreja que não seja verdadeira – pode alguém perguntar.
Não há como negar razão a Calvino e, em parte a Lutero que asseveraram que a verdadeira Igreja [e a sua unidade] claramente se reconhece pela pregação e oitiva sincera do evangelho (poder de Deus para salvação dos que creem) e pela administração dos sacramentos conforme foram instituídos por nosso Senhor Jesus Cristo (como parte da observância obediente da disciplina eclesiástica). Nesse lugar, certamente, o Senhor acrescenta dia a dia os que vão sendo salvos. Pessoas como eu e você vão somando ao rol de membros; então ocorre o crescimento sadio da Igreja.
O ponto controvertido é que a convivência entre pessoas, às vezes ao invés de estreitar os laços fraternos de amizade e de paz, geram desconforto e, consequentemente divisão. Principalmente quando vamos “descobrindo” que não gostamos do que achamos ser defeito nos outros e, assim, sem nos corrigirmos a nós mesmos primeiramente começamos a dar lugar a pequenas coisas que se transformam em um grande embaraço no nosso relacionamento. Mas voltemos a falar da verdadeira igreja.
A Igreja verdadeira é a de Cristo. Não lhe cabe outro rótulo, ela á Igreja, corpo vivo, místico e santo do Senhor. E quem está em Cristo é membro dessa única e verdadeira Igreja. O que define a verdadeira Igreja é a sua união indissolúvel com Cristo; a sua fidelidade inegociável com a Palavra de Deus; é a celebração bíblica e correta dos sacramentos e o exercício amoroso, terapêutico e cristão da disciplina eclesiástica com vistas à pureza da Igreja e à glória de Deus.
Entre os cristãos da verdadeira Igreja não há lugar para posições de disputa e propagação de algo que se ouviu, mas que não contribui positivamente. Basta que cada um se ponha no lugar do outro e reflita se gostaria de receber aquilo que está dando ao seu próximo. Cada um, com a sua família deve se achegar para somar à pureza e à santidade, de forma a tornar a Igreja à qual se filiou um ambiente mais fraterno e acolhedor. Deve mostrar com seu próprio exemplo o que é ser santo (no sentido de ser separado, diferente dos padrões que há no “mundo”, e consagrado a Deus).
Nos aglomerados de pessoas com rótulo de igreja, ao contrário, o que se vê é teatro, individualismo, desavença, falsidade e todas as coisas que destroem a unidade. A liderança de uma Igreja modelo que é terapêutica neste mundo fala menos porque lê mais a Bíblia e nela medita. Sabe que onde o homem fala demais, não deixa espaço para o Senhor falar, contraria a sábia instrução do profeta Habacuque: “O Senhor, porém, está no seu santo templo; cale-se diante dele toda a terra” (Hc 2: 20).
Proponho que entremos em oração neste sentido. Quando qualquer irmão trouxer aos nossos ouvidos coisas que não geram crescimento da unidade que a Igreja deve ter, convidemos a esse tal a orar e orar e orar e orar..., porque quando fechamos a boca pela oração do nosso interior, então Deus abre em Cristo Jesus a sua boca santa para falar conosco.
Que Deus nos visite neste mister... E seja logo, pois a falta de unidade da igreja está acabando com os relacionamentos propostos por Deus.
Nos laços da cruz!                                               
Rev. Carlos Alberto Castorino de Oliveira.
Pastor da Segunda Igreja Presbiteriana de Anchieta.

domingo, 2 de fevereiro de 2014

MINHA IGREJA – IGREJA CONTAGIANTE!

Cada Igreja é indubitavelmente única. Acredito que a nossa igreja pode ampliar a visão no conceito de ser uma comunidade para se tornar uma comunidade modelo com uma marca distintiva: uma igreja contagiante que tem uma fé contagiante e que age por essa fé contagiante.

Uma fé contagiante demonstra o grau de paixão com que a igreja vive cada desafio na trajetória da sua existência. Quando uma igreja deseja ardentemente um mover de Deus ela se mostra mais fervorosa espiritualmente no serviço do Senhor (Rm 12: 11). Todo o seu proceder é fervoroso. Se alguém vem ao culto, mas não traz nenhuma expectativa de que Deus vai surpreendê-lo, essa pessoa vai sair do mesmo jeito que entrou. Mas quando se espera que Deus faça alguma coisa por si mesmo ou por um convidado ou por algum membro da igreja, inevitavelmente ele faz algo extraordinário.

Outro ponto importante é que o efeito de uma fé contagiante gera na igreja alegria na celebração. Os crentes começam a fazer convites aos seus amigos, parentes e vizinhos. Eles fazem isso com uma profunda convicção de que ali Deus ordena a bênção e a vida para sempre. Os crentes são tomados de um senso incomum da presença divina. Começa a haver um grande apego à Palavra de Deus, as pessoas têm prazer em ler, memorizar, aplicar e obedecer a Escritura. A igreja é tomada por um espírito de alegria e gratidão, há uma grande liberdade e participação na adoração. O resultado disso é que dezenas de pessoas são unidas a Cristo. Uma igreja que trem uma fé contagiante entende que tudo que se refere ao cultivo da vida espiritual é altamente apreciado, tudo é feito num clima de festa. A oração é festa, o estudo bíblico é festa, o louvor é festa, o culto é festa. Tudo é encarado como uma grande celebração. Cristo é vivo para aquela gente.

A liderança da Segunda Igreja Presbiteriana em Anchieta espera um despertar do Espírito Santo entre nós de tal forma que nos conduza a fazer-nos deixar pecados, amar mais a Bíblia, amar mais a oração, amar mais aos necessitados, falar mais do Evangelho de Cristo, buscar mais o reino de Deus, ter mais compaixão pelos perdidos. Que Deus nos visite neste mister... E seja logo. Nos laços da cruz!

Rev. Carlos Alberto Castorino de Oliveira.
Pastor da Segunda Igreja Presbiteriana de Anchieta.

sábado, 1 de fevereiro de 2014

A MINHA IGREJA – LUGAR DE BÊNÇÃO

É muito comum que as pessoas sejam identificadas. Nos dias de hoje vemos os mais diversos tipos de identificação de uma pessoa. Ora pelo grupo ao qual pertence, pela cidade de onde veio, pela empresa em que trabalha, pelo time para o qual torce, pelo partido político a que é filiado, etc. Isso tem muito a ver com a cultura da globalização. Usar tecnologia made in china, falar o inglês, imitar a vestimenta ou o comportamento europeu é a tendência do surgimento do sectarismo e do nascimento das tribos, das colônias, dos clubes, dos condomínios fechados, dos grupos da rede social, como uma resposta a aversão ao isolacionismo. Por isso é tão importante pertencer a um grupo, que tem uma identidade, uma marca, uma característica. Todos querem ser identificáveis. Todos querem pertencer a um grupo. E onde a igreja se encaixa em tudo isso?

A Igreja é o mais significativo agrupamento humano, porque ela é o mais perto do céu que podemos chegar nessa vida. É o lugar aonde as grandezas e a glória de Deus devam ser mais manifestas porque é o lugar da presença de Deus. Jesus, o Senhor da Igreja orou pedindo ao Pai que o céu fosse manifestado aqui na terra, na Igreja (“venha o teu reino, faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu” – Mateus 6: 19).

O mais perto da felicidade do céu, da alegria do céu, da adoração do céu, do serviço do céu, só pode ser encontrado na Igreja.

Se você quiser experimentar um pedaço do céu ainda nesse mundo, e estar no lugar de bênção, você deve pertencer à Igreja de Jesus Cristo e nunca se afastar dela. Ore também, e trabalhe para que essa seja a nossa Igreja.

Nos laços da cruz!
Rev. Carlos Alberto Castorino de Oliveira.
Pastor da Segunda Igreja Presbiteriana em Anchieta.