terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

A UNIDADE DA IGREJA COMO FONTE DE TERAPIA DA ALMA

Ao analisarmos a expressão do apóstolo Paulo: “E a todos nós foi dado beber de um só Espírito” (I Co 12: 13), fica muito claro o conceito de unidade que ela alcança. Como tal expressão foi dirigida à uma igreja do Novo Testamento, seus efeitos se refletem nas igrejas dos dias atuais. Em sentido teológico essa expressão fala de Jesus, o Senhor da Igreja, como centro e razão de ser da unidade de uma verdadeira igreja. Mas, por que “verdadeira igreja”? Existe igreja que não seja verdadeira – pode alguém perguntar.
Não há como negar razão a Calvino e, em parte a Lutero que asseveraram que a verdadeira Igreja [e a sua unidade] claramente se reconhece pela pregação e oitiva sincera do evangelho (poder de Deus para salvação dos que creem) e pela administração dos sacramentos conforme foram instituídos por nosso Senhor Jesus Cristo (como parte da observância obediente da disciplina eclesiástica). Nesse lugar, certamente, o Senhor acrescenta dia a dia os que vão sendo salvos. Pessoas como eu e você vão somando ao rol de membros; então ocorre o crescimento sadio da Igreja.
O ponto controvertido é que a convivência entre pessoas, às vezes ao invés de estreitar os laços fraternos de amizade e de paz, geram desconforto e, consequentemente divisão. Principalmente quando vamos “descobrindo” que não gostamos do que achamos ser defeito nos outros e, assim, sem nos corrigirmos a nós mesmos primeiramente começamos a dar lugar a pequenas coisas que se transformam em um grande embaraço no nosso relacionamento. Mas voltemos a falar da verdadeira igreja.
A Igreja verdadeira é a de Cristo. Não lhe cabe outro rótulo, ela á Igreja, corpo vivo, místico e santo do Senhor. E quem está em Cristo é membro dessa única e verdadeira Igreja. O que define a verdadeira Igreja é a sua união indissolúvel com Cristo; a sua fidelidade inegociável com a Palavra de Deus; é a celebração bíblica e correta dos sacramentos e o exercício amoroso, terapêutico e cristão da disciplina eclesiástica com vistas à pureza da Igreja e à glória de Deus.
Entre os cristãos da verdadeira Igreja não há lugar para posições de disputa e propagação de algo que se ouviu, mas que não contribui positivamente. Basta que cada um se ponha no lugar do outro e reflita se gostaria de receber aquilo que está dando ao seu próximo. Cada um, com a sua família deve se achegar para somar à pureza e à santidade, de forma a tornar a Igreja à qual se filiou um ambiente mais fraterno e acolhedor. Deve mostrar com seu próprio exemplo o que é ser santo (no sentido de ser separado, diferente dos padrões que há no “mundo”, e consagrado a Deus).
Nos aglomerados de pessoas com rótulo de igreja, ao contrário, o que se vê é teatro, individualismo, desavença, falsidade e todas as coisas que destroem a unidade. A liderança de uma Igreja modelo que é terapêutica neste mundo fala menos porque lê mais a Bíblia e nela medita. Sabe que onde o homem fala demais, não deixa espaço para o Senhor falar, contraria a sábia instrução do profeta Habacuque: “O Senhor, porém, está no seu santo templo; cale-se diante dele toda a terra” (Hc 2: 20).
Proponho que entremos em oração neste sentido. Quando qualquer irmão trouxer aos nossos ouvidos coisas que não geram crescimento da unidade que a Igreja deve ter, convidemos a esse tal a orar e orar e orar e orar..., porque quando fechamos a boca pela oração do nosso interior, então Deus abre em Cristo Jesus a sua boca santa para falar conosco.
Que Deus nos visite neste mister... E seja logo, pois a falta de unidade da igreja está acabando com os relacionamentos propostos por Deus.
Nos laços da cruz!                                               
Rev. Carlos Alberto Castorino de Oliveira.
Pastor da Segunda Igreja Presbiteriana de Anchieta.

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