domingo, 22 de junho de 2014

UNIDOS EM CORPO E ALMA PARA A GLÓRIA DE DEUS.

Na construção da história da vida humana, devemos lembrar que vivemos sempre em meio a batalha sem qualquer lugar desse mundo, seja dentro ou fora de casa. Há batalhas e batalhas, e é muito importante que saibamos distinguir que batalhas devemos lutar. O apóstolo Paulo adverte aos Filipenses que eles devem permanecer juntos e juntos lutarem a batalha pela fé: “Vivei, acima de tudo, por modo digno do evangelho de Cristo, para que, ou indo ver-vos ou estando ausente, ouça, no tocante a vós outros, que estais firmes em um só espírito, como uma só alma, lutando juntos pela fé evangélica” (Fp 1: 27).

É salutar a lembrança de que ninguém que entra em uma batalha quer sair dela como perdedor, mas também convém lembrar quem somos e como somos chamados para batalhar a batalha pela fé. Primeiramente tenhamos em mente que somos servos de Deus e que como tal somos desafiados à obedecer ao seu chamado em qualquer circunstância.

Sabedores disso, devemos entender que todos nós somos chamados à luta, não física, mas espiritual. Estamos numa grande guerra contra Satanás, contra a nossa natureza pecaminosa e contra o mundo. Todavia, nessa luta não adianta astúcia, espada ou a força do braço. Precisamos de armas espirituais, precisamos da armadura de Deus: cinto da verdade, couraça da justiça, evangelho da paz, escudo da fé, capacete da salvação e a espada do Espírito que é a Palavra de Deus. Em resumo, as nossas armas são: vida de comunhão com Deus pela oração e pela Palavra; santidade de vida e testemunho de Cristo com palavras e atos pelo poder do Espírito.

Nas batalhas diárias que travamos podemos nos ferir, passar dificuldades e privações, mas não devemos desanimar. Temos que buscar sempre no Senhor novo ânimo, força e direção para prosseguirmos. A cada vitória devemos ser estimulados pela certeza da presença de Cristo conosco e fazer nossas as palavras de Samuel (I Sm 7: 12): Ébenezer (até aqui nos ajudou o Senhor).

A nossa vitória só é possível quando o Senhor está conosco. Porque ele é a fonte da nossa vitória, do nosso estabelecimento e da nossa própria vida. Em Cristo, em última estância toda a obra é dele, todo o trabalho é dele, a vitória é dele, a glória é dele, é para ele, e por meio dele. A ele seja a glória, eternamente. Amém!

Rev. Carlos Alberto Castorino de Oliveira.

quarta-feira, 18 de junho de 2014

INDIVÍDUOS, MAS CONCIDADÃOS.

O apóstolo Paulo se refere aos crentes de Éfeso com a expressão: “Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da família de Deus” (Ef 2: 19). Concidadão, segundo definição no vernáculo é o indivíduo que é habitante da mesma cidade ou país que outrem. Ser membro da família dá a conotação de grau de parentesco ou de afinidade entre pessoas. De uma ou de outra forma, o que Paulo evidencia ali é que Deus ligou os crentes daquela região pela pátria celestial para onde caminham e pela adoção em Cristo.
Uma vez unidos por laços de afinidade, as pessoas têm o dever de cuidar umas das outras em benefício do todo, mas é primordial que quem cuida de outrem aprenda primeiro a cuidar de si mesmo. Ao despedir-se dos presbíteros em Mileto Paulo os advertiu a terem cuidado consigo mesmos e depois como rebanho (At 20: 28). Certamente Paulo se referia ao caráter deles.
Li um texto que assevera: “Viver é cuidar. Precisamos cuidar de nosso caráter. O que nós somos hoje veio recebendo seus contornos ao longo de nossa formação. De um modo tão amplo que nada significa, caráter é o que fazemos sem pensar (reações) ou pensando muito (decisões), mesmo que ninguém esteja vendo. É o que somos (bons ou maus) e o que fazemos (bem ou mal). De um modo mais específico, no entanto, caráter é um modo virtuoso de viver, mesmo que ninguém esteja vendo. Quem procura fazer o bem não o faz motivado pelos aplausos humanos. Não tem a ver com ética, que é o jeito socialmente aceito de vivermos no mundo. Tem a ver com moral, que é o compromisso de fazer o que é certo, não importam os valores que estejam de plantão.
Ter caráter é ter um bom caráter. Ter caráter é ter um compromisso com o bem-estar do outro. Ter caráter é viver para que o mundo seja justo. Ter caráter é estar disposto a praticar a transparência da verdade, dita e vivida em amor.
Ter caráter é ser honesto. Ter caráter é desejar viver de modo virtuoso.
Ter caráter é ser bom e isto não muda com o tempo ou com o lugar.
Ter caráter é buscar viver de modo verdadeiro, nobre, correto, puro, amável e excelente (Filipenses 4,8).
Nosso caráter é o nosso maior tesouro. Cuidemos dele!”.  Eis um importante elemento da nossa missão.
Em Cristo!

Rev. Carlos Alberto Castorino de Oliveira.

VIDA “A DOIS” – DEUS SEMPRE ESTEVE CERTO!

A simples leitura do relato da Criação transparece para toda a humanidade a essência do amor divino, isto é, do amor ágape. É chamado de ad intra o amor intratinitrário demonstrado na relação perfeita existente entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo, mas este é um tipo de amor que cabe em qualquer relacionamento. Pelo fato de que Deus é essencialmente amor, ele nos deu também dom de amar. Zeloso, já desde a Criação, Deus decidiu cuidar integralmente de todos os aspectos da existência do homem e dos meios necessários para a manutenção da sanidade do seu espírito, das suas emoções e do seu corpo físico. Depois de publicar que toda a criação era muito boa, Deus atestou o estado do homem como não bom pela ausência da sua contraparte que ainda não havia sido criada. As palavras registradas em Gênesis 2: 18 enfatizam a necessidade de uma determinada companhia para o homem: uma auxiliadora, alguém à sua altura. Sem este alguém para complementá-lo, o homem permanecia incompleto para poder cumprir a tarefa de multiplicar-se, encher a terra e exercer domínio sobre a mesma. Ali, no Éden, Deus viu que a solidão de Adão nada lhe aproveitava, e promulgou acertadamente a seguinte sentença: “Não é bom que o homem esteja só: far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea ...” (Gn 2: 18).
A palavra dita por Deus aponta para a inadequação de Adão, não para a insuficiência de Eva. A mulher foi feita para suprir a deficiência do homem. A versão da Bíblia NTLH assim se refere ao texto suso referenciado: Não é bom que o homem viva sozinho. Vou fazer para ele alguém que o ajude como se fosse a sua outra metade; já a versão de Almeida Revista e Corrigida diz: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele. Em ambas as traduções a palavra idônea traz o sentido de alguém que complementa o outro. Deus nunca erra!
Nos dias atuais recentes estudos realizados por pesquisadores  da Universidade Duke e da Universidade Emory – ambas nos Estados Unidos – que atuam em áreas que não o Cristianismo, trouxeram ao conhecimento público uma realidade que os cristãos sempre souberam: “Deus sempre esteve certo” – como sempre será!Trata-se de uma importante descoberta da ciência.
Na união natural criada por Deus, homem e mulher se completam, e pelo atributo comunicável do amor, passam do namoro para o casamento numa relação abençoada pelo Criador, e permanecem eternamente como namorados desfrutando do benefício da companhia recíproca. Se você é alguém que se encontra desacompanhado, lembre-se: Não é bom que o homem esteja só... Louvado seja Deus pela companhia entre homem e mulher numa relação de vida mútua.
Em Cristo!

Rev. Carlos Alberto Castorino de Oliveira.

segunda-feira, 2 de junho de 2014

JUNHO, O AMOR PERMANECE!

No mês de junho comemoramos o Dia dos Namorados. Esta é uma época que reflete momentos de inspiradas e profundas demonstrações de afeto com que os casais de namorados – casados ou solteiros – homenageiam seus pares e, com carinho, ressaltam o sentimento que os une. É uma forma especial de expressar o amor. O amor tem lugar garantido em todas as fases da vida e torna-se fundamental espraiá-lo no ambiente da nossa existência.

Amor no grego antigo era expresso pelas três palavras eros, phileo e ágape que constituem importantes elementos no trato relacional dentro das peculiaridades de cada relação. O amor eros se referia ao amor erótico ou sexual que, como sabemos, deve existir dentro do casamento. O amor phileo significava o amor que existia entre pais e filhos, e entre irmãos. Este tipo de amor, que se desenvolve com o tempo, também deve existir no casamento. O amor ágape que é o mais profundo e o mais sublime de todos é o amor caridoso, que sacrifica seus interesses e se doa totalmente.

Esse tipo de amor que sempre caracterizou Deus (cf. João 3: 16) pode ser também encontrado nos relacionamentos humanos. Dorothy Sayers ensina que Deus nada exige de nós que não tenha exigido de si mesmo. Ele nos amou primeiro sem julgar as nossas imperfeições; decidiu nos amar. Em I Coríntios 13: 4-7 lemos que o amor é paciente, é benigno; não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera.

Nascemos para amar e ser amados, deve ser nosso interesse semear o amor a fim de que possamos colhê-lo de volta. Um relacionamento fundamentado especialmente no amor agape pode sobreviver a qualquer tipo de tempestade, desencontros, desavenças, etc. Se alicerçamos nossos relacionamentos no amor agape, Deus aplicará a nós a sua Palavra que diz: “o amor jamais acaba” (I Co 13: 8).

Em Cristo!

Rev. Carlos Alberto Castorino de Oliveira.

domingo, 25 de maio de 2014

A DECISÃO DE SERVIR A DEUS NA FAMÍLIA

Na Edição 714 do Jornal Brasil Presbiteriano, o Rev. Hernandes Dias Lopes apresentou uma excelente reflexão sobre como é possível o serviço de Deus em família, explorando pontos que comumente são negligenciados no convívio familiar. A exposição do ministro torna-se de fácil compreensão, todavia, porque o serviço que glorifica a Deus é uma questão de decisões que precisam ser tomadas por cada um de nós e, por conseguinte por todos de uma família no contexto da sua convivência.

A renovação de propósitos que glorificam a Deus, por exemplo, é uma dessas realidades que devem ser perseguida na família. Diz o reverendo: “Precisamos constantemente rever nossos conceitos e valores e ter coragem de mudar, buscando sempre re-alinhar nossa vida aos princípios da Palavra de Deus. Devemos restabelecer na família a prática do culto doméstico. Devemos manter sempre acesa no altar da família a chama da oração. Precisamos amar a Casa de Deus, tendo prazer de buscar em primeiro lugar o Reino de Deus e sua justiça. Devemos restabelecer no lar a prática do diálogo regado de compreensão e amor. Precisamos ser cautelosos nas críticas e, pródigos nos elogios. Precisamos ter disposição para perdoar e jamais guardar mágoas no coração”.

Num ambiente onde esses valores são deixados no esquecimento, princípios básicos de relacionamento são violados e destroem qualquer possibilidade de harmoniosa convivência. Sua ocorrência é prova de que a presença Jesus não está fazendo diferença entre os concidadãos a quem Paulo chamou de membros da família de Deus. Como orienta o Rev. Hernandes, precisamos investir mais e cobrar menos. Precisamos tomar a decisão de fazer da nossa casa o melhor ambiente para se viver. Precisamos, à semelhança de Josué dizer: “Eu e a minha casa serviremos ao Senhor” (Js 24.15)

Em Cristo!
Rev. Carlos Alberto Castorino de Oliveira.

domingo, 18 de maio de 2014

JOVEM, HÁ ESPERANÇA!

Uma recente pesquisa realizada por uma psiquiatra do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo) dá conta de que o suicídio é a terceira maior causa de morte entre os jovens no Brasil, sendo superada apenas por acidentes e violência. A pesquisa relaciona este fato a problemas em casa, aumento do uso de drogas e dificuldades financeiras, e informa que entre os jovens, a taxa de suicídio aumentou tendo-se multiplicado por dez, de 1980 a 2000; isto é, de 0,4 para 4 a cada 100 mil pessoas no País. A pesquisa revela, também, que a tendência de aumento é global.

Esse é um dado preocupante, pois a juventude é uma das mais belas e importantes fases da vida. É na juventude que as descobertas se afeiçoam mais tentadoras diante das pessoas; mas é também quando as escolhas se tornam determinantes do modo de vida, do tipo de conduta e da afirmação do caráter que se pretende adotar a partir de então. E é neste momento que o mundo, a carne e o diabo mais ameaçam conspurcar a decisão dos jovens. Se vencidos por esta tríade, só resta decepção e tristeza.

Mas, graças a Deus, nem tudo está perdido. A Bíblia fala de reis, de jovens simples e de pessoas chamadas para o ministério que, desde muito jovens adotaram o critério de não desperdiçarem a oportunidade de fazerem a melhor escolha na juventude: darem prioridade a Deus e às coisas de Deus – Josias, Daniel e Timóteo são exemplos disso. O que há de comum entre eles é que eles preferiram fazer o que é reto perante o Senhor.

Davi perguntou certa vez: “De que maneira poderá o jovem guardar puro o seu caminho?” E respondeu: “Observando-o segundo a tua palavra” (Sl 119: 9). Este é o segredo. Desejo que todos os jovens se sintam inclinados a buscarem na Palavra de Deus a direção para as suas vidas no caminho a seguir.

Em Cristo!

Rev. Carlos Alberto Castorino de Oliveira.

HOJE É TAMBÉM UM DIA ESPECIAL

A família de Deus está em festa: hoje é celebrado o Dia das Mães. Hoje é “também” um dia especial, porque todos os dias são especiais na medida em que cada um deles é um milagre de Deus. É certo que há pessoas especiais que fazem dias e momentos especiais; neste contexto, as mães sempre serão muito especiais todos os dias.

A fecundidade de uma gestação transmite a mais profunda forma do amor de Deus para com os seres humanos, e a figura da mãe se faz importante em todas as linhas de pensamento justamente porque a maternidade expressa sentimentos viscerais do Criador (cf Isaías 49: 15; Jeremias 31: 20). Esse sentimento gera no coração de todos os que são alvos do testemunho do Espírito Santo acerca da filiação divina proclamada em Romanos 8: 16, a mesma interpretação do Salmo 131: 2 quanto àquela proteção materna de que todos necessitamos, que pode ser traduzida assim: “sinto-me totalmente protegido nos teus braços”.

A maternidade sempre foi uma benção para a família e para a Igreja. Os homens não passam pela gestação como receptores de uma gravidez, mas tem a grandiosidade de nascerem de uma mãe. Apesar dos avanços tecnológicos, não é de conhecimento de ninguém que haja outra forma de se chegar a esse mundo que não seja pela grandiosidade de uma gestação.

Quanto à maternidade e às mães, todos os discursos são válidos para homenageá-las, mas embora nenhum deles seja suficiente para definir o valor desse importante papel desempenhado unicamente pelas mulheres, li alhures que ser mãe é ser pacífica, é ser aprendiz, é ser coerente, corajosa e comprometida com a vida para corrigir, acolher e mostrar o caminho certo; é ser celeiro de amor sem medidas e prazo de validade. Ser mãe é estar ligada intimamente a Deus que é fonte de amor gratuito e infinito.

Parabéns, mamães.

Em Cristo.
Rev. Carlos Alberto Castorino de Oliveira.

quarta-feira, 7 de maio de 2014

A COMUNIDADE DA FAMÍLIA DE DEUS TEM CRISTO EM CASA


O texto de abertura do livro Famílias Restauradas conta uma história muito interessante sobre a convivência de uma família onde tudo estava dando errado, até o encontro do patriarca, Sr. Alfredo com o Irmão Bento, um monge com fama de ser um excelente conselheiro familiar. Depois de ouvir todas as ponderações do Sr. Alfredo, o monge lhe revela que tudo está dando errado porque Jesus estava disfarçado na casa dele. Preocupado, o Sr. Alfredo reuniu duas vezes a família na tentativa de descobrir quem era o Cristo disfarçado. Mas, como todos só apontassem os defeitos uns dos outros e ninguém tinha certeza de quem podia ser o Cristo disfarçado, resolveram se tratar melhor uns aos outros. Mudaram os maus-tratos para atitudes de mais respeito, ternura e amor. E a vida daquela família mudou para melhor porque ela colocou Cristo no centro da sua vida. E assim devem ser todas as relações sinceras entre as pessoas.

Devemos perceber a presença de Jesus na pessoa do outro, especialmente entre os membros da família, pois Jesus Cristo é preeminente em tudo e sobre todos (cf. Hb3: 1-6), e a família ainda é a célula mãe da sociedade. Temos que continuar acreditando nesta instituição, e procurar caminhos para vencermos os desafios atuais, sem perder o sentido de família como verdadeira Igreja doméstica que tem em seu meio aquele que veio para dar pleno sentido à nossa vida, Jesus. Essa é uma missão de todos nós – escola, sociedade e igreja; somos co-responsáveis pela educação e valorização da família, gênese de uma sociedade mais justa, promotora de valores e práticas que promovem paz, justiça e unidade.

Quando o Jesus de Nazaré é reconhecido no ambiente principal tudo muda, pois ele é a nossa paz; por causa dele já não há hostilidade, mas reconciliação entre os que são da casa ou da família de Deus. Mas, realcemos a nossa memória para lembrar que tudo principia com o reconhecimento de Cristo nos relacionamentos domésticos onde começa a igreja, e desemboca no relacionamento eclesiástico que é a família da fé. Pense nisso...!

Em Cristo.
Rev. Carlos Alberto Castorino de Oliveira.
Pastor da Segunda Igreja Presbiteriana de Anchieta.

UM CAMINHO MELHOR


O evangelista Lucas relata a jornada de dois discípulos de Jesus (Lc 24: 13ss.). Um caminho difícil trilhado por eles depois da morte do Mestre. Os discípulos se dispersaram; a sua fé foi terrivelmente abalada, tudo parecia ter acabado. Diante das incertezas parecia não haver mais esperança. Mas, diferentemente disso, a narrativa do início desse mesmo capítulo fala do caminho que percorreram as mulheres. Elas voltaram à tumba, local do túmulo de Jesus, levando aromas que haviam preparado porque queriam honrar o corpo do Senhor. Ao chegarem, encontraram a pedra removida e o túmulo vazio. Sobre a pedra removida estava assentado um anjo do Senhor que desceu do céu, o qual lhes disse: “Não temais... ele ressuscitou dos mortos e vai adiante de vós para a Galiléia; ali o vereis”. No caminho, o próprio Jesus lhes aparece e reafirma as palavras do anjo: “Dirijam-se à Galiléia e lá me verão (Mt 28: 1ss).

A Galileia é o lugar onde Jesus passou pela margem do lago, enquanto os pescadores estavam a consertar as redes e fez os primeiros chamados. É o lugar onde tudo começou, foi onde Cristo chamou os primeiros discípulos, e eles, deixando tudo, seguiram-no (cf. Mt 4: 18-22). Ir para a Galiléia significa voltar ao lugar da primeira chamada. Significa reler toda uma convivência com o Cristo humanizado, isto é, a sua pregação, os seus milagres, e tudo mais que envolveu o seu ministério aqui entre nós; do seu supremo ato de amor, até a traição. Significa reler tudo a partir da cruz e da glória da cruz – a vitória.

Quando consideramos um caminho melhor para prosseguirmos também encontramos a direção dada por Cristo e experimentamos uma fonte viva. Tirarmos energia nova da raiz da nossa fé e da nossa experiência cristã. Retornamos ao início da nossa chamada onde o nosso Jesus nos tocou com a sua graça e, a partir disso, aprendemos que o caminho da cruz com Cristo é o melhor caminho para seguirmos e desfrutamos a cada dia do privilégio de compartilhar esperança e fé no nosso Salvador. Nos laços da cruz!

Rev. Carlos Alberto Castorino de Oliveira.

Pastor da Segunda Igreja Presbiteriana de Anchieta.

quinta-feira, 24 de abril de 2014

A MENSAGEM DA CRUCIFICAÇÃO E DA RESSURREIÇÃO DE CRISTO


A vida parece, às vezes, assemelhar-se com o que ocorre com as árvores. As árvores passam por estações em que as folhas estão verdes, as flores com o seu cheiro e cores e os frutos estão bonitos. Quando chega o inverno, olhamos para as arvores e parece que todo o encanto acabou, parece que morreu. Sem folhas, sem flores, sem frutos. Onde está a beleza da árvore? Onde está a sua vida? Será que há esperança para uma árvore seca? A esperança está na próxima estação; a esperança da primavera chegar; e ela vai chegar: com a suas flores, com os seus frutos, com a sua beleza.

Na Escritura lemos a seguinte mensagem: “Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz. Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai” (Fp 2: 5-11). Ou seja: um segundo estágio mais glorioso e eterno; isso é o que Cristo tem para nós! Muitas vezes ficamos com medo de considerar a cruz e seus efeitos na nossa vida. Sabemos que a cruz significa morte e não queremos morrer. Mas precisamos saber também que existe o outro lado: a glória da cruz. O motivo pelo qual nosso Senhor Jesus foi capaz de suportar a cruz foi a alegria que lhe estava proposta. Depois de ter suportado a cruz, não fazendo caso da ignomínia, Deus o assentou à destra de seu trono. Ele é a nossa esperança de futuro glorioso e eterno. Para nós, a cruz não significa somente a crucificação de Cristo, mas significa sua morte, seu sepultamento, sua ressurreição e ascensão ao trono. A mensagem da cruz, portanto, é para nós a mensagem da vitória do nosso Salvador.

Nos laços da cruz!
Rev. Carlos Alberto Castorino de Oliveira.
Pastor da Segunda Igreja Presbiteriana de Anchieta.

HOSANA, BENDITO O QUE VEM EM NOME DO SENHOR!

Era esperado que o Messias fosse um príncipe temporal, alguém que devia guerrear contra os Romanos e restaurar aos Judeus sua nacionalidade perdida. Esperava-se que Cristo fosse um grande libertador temporal, e nós lemos que em uma ou duas ocasiões eles quiseram tomá-lo para fazê-lo rei, mas ele ocultou-se. Havia um ansioso desejo que uma pessoa ou outra levantasse o estandarte da rebelião e liderasse o povo contra seus opressores.

Mas, Jesus veio para salvar outros, e não para fazer-se rei no sentido em que aquelas multidões entendiam. O reino de Cristo é um reino totalmente estranho e diferente de qualquer coisa que jamais foi vista ou que ainda se verá. Não é um reino deste mundo, senão seus servos lutariam, seus ministros estariam vestidos com trajes de guerra par assegurar estarem assentados entre os príncipes; mas Cristo não se preocupa com isto. A Igreja de Cristo, o povo de Deus, não deve buscar por isso, também. O que o Mestre não teria, não devemos procurar para nós próprios.

O reino de Cristo é reino espiritual no qual as leis do rei não estão escritas em papel, não são proclamadas pela boca do arauto, mas escritas no coração. Cristo manda seus servos irem a pegar o animal da sua montaria, e esta era a lei predita por Zacarias (9: 9): “... aí vem o teu Rei, justo e salvador, humilde, montado em um jumentinho, cria de jumenta”. Mas, onde estava escrita esta lei? Estava escrita no coração do homem a quem pertenciam a jumenta e o jumentinho, pois ele imediatamente disse cordialmente e com grande alegria: “Deixai-os ir”. Ele pensou ser uma grande honra contribuir para a cerimônia real deste grande Rei de paz. Assim, irmãos, no reino de Cristo, a lei de Cristo está escrita nos corações dos súditos pela ação do Espírito Santo. A vontade humana é persuadida à obediência, o coração humano é moldado à imagem de Cristo, seu desejo se torna o desejo de seus súditos, sua glória seu alvo principal, e sua lei o maior deleite de suas almas. Bendito seja o Rei Eterno!


Nos laços da cruz!
Rev. Carlos Alberto Castorino de Oliveira.
Pastor da Segunda Igreja Presbiteriana de Anchieta.

O PENTECOSTES É O SELO DA IGREJA GLORIOSA EM SEU ETERNO FUNDAMENTO: CRISTO!

O apóstolo Paulo demonstra para nossa clara convicção o que significa viver o Pentecostes, quando escreve aos crentes de Éfeso as seguintes palavras: “Graça a vós outros e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo. Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo, assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade, para louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado, no qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça, que Deus derramou abundantemente sobre nós em toda a sabedoria e prudência, desvendando-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo, de fazer convergir nele, na dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu como as da terra; nele, digo, no qual fomos também feitos herança, predestinados segundo o propósito daquele que faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade, a fim de sermos para louvor da sua glória, nós, os que de antemão esperamos em Cristo; em quem também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o Santo Espírito da promessa; o qual é o penhor da nossa herança, até ao resgate da sua propriedade, em louvor da sua glória” (Efésios 1: 2-14).

Esta mensagem é sempre atual porque o resultado da compreensão deste modo de viver é estampado nas nossas relações com Deus, conosco e com o próximo. Nos laços da cruz!



Rev. Carlos Alberto Castorino de Oliveira.

Pastor da Segunda Igreja Presbiteriana de Anchieta.

Ef 2: 20-22

“... sois da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular; no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para santuário dedicado ao Senhor, no qual também vós juntamente estais sendo edificados para habitação de Deus no Espírito” (Ef 2: 20-22)



Para o empreendimento de grandes construções é imprescindível a utilização de material de boa qualidade e de mão de obra qualificada sob supervisão e orientação de profissionais muito bem preparados, a fim de que seja garantida ao longo dos anos a sua resistência em face dos diversos fatores climáticos a que estejam submetidos, assim como a sua durabilidade em função de mau uso.



A construção de uma comunidade evangélica cristã, no entanto, deve ultrapassar a preocupação com os efeitos de uma construção predial porque lida com vidas, trata com valores inegociáveis. A construção de uma comunidade evangélica cristã deve obedecer aos rigorosos princípios da Palavra de Deus e deve caminhar para a glória de Deus. Isso porque a construção dessa comunidade é obra de Deus. Não há conversão que não advenha de Deus pela regeneração do coração humano como obra do Espírito Santo. É o Pai quem traz os eleitos, é o Filho quem salva o pecador. É o Deus de proporções grandiosas, que une em sua essência todas as coisas e se apaixona pela sorte da humanidade toda, homem por homem, indivíduo por indivíduo. Nós, família de Deus, somos cooperadores de Deus na proclamação do evangelho, mas só ele pode acrescentar à igreja os que são salvos. A igreja pode (e deve) plantar e regar, mas só Deus pode dar o crescimento.



Na celebração dos trinta anos de organização da Segunda Igreja Presbiteriana em Anchieta (18/03/1984), queremos orar pedindo que Deus continue a abençoar essa comunidade evangélica cristã e a estimule a olhar firmemente para o autor e consumador da fé – Jesus, a fim de dar continuidade a essa grande construção tendo em vista a glória de Deus.



Nos laços da cruz!



Rev. Carlos Alberto Castorino de Oliveira.

Pastor da Segunda Igreja Presbiteriana de Anchieta.

Salmo 126: 1


Quando lemos o texto do Salmo 126: 1, encontramos a atitude que reflete o vislumbre esfuziante de alguém que vivenciou uma coisa extremamente espetacular e, talvez, inesperada acontecer e o levou a reagir com visível perplexidade; parecia ser um sonho, não dava para acreditar no que Deus tinha feito. Era simplesmente desconcertante. Não havia a menor chance de explicação (leia todo o salmo 126).



Igualmente ao que aconteceu depois do Pentecostes – com a pregação apostólica que compungiu o coração de muitos, levando-os a compreender a necessidade de arrependimento e conversão – diante da perplexidade dos ouvintes, a pergunta corrente foi: Como os ouvimos falar em nossas próprias línguas as grandezas de Deus? Todos, atônitos e perplexos, interpelavam uns aos outros: Que quer isto dizer? (At 2: 11b, 12). Estes também estavam sem entender bem as coisas que estavam acontecendo. Estavam embasbacados. Bem ali, na frente de todos. Aquela gente do interior, gente do mar, pescadores, gente sem diploma de universidade, sem curso de línguas, sem doutorado no exterior, pregando e anunciando as grandezas de Deus enquanto homens piedosos vindos de todas as nações debaixo do céu os ouviam falar em seus próprios idiomas. Era simplesmente arrebatador, constrangedor, impactante. Até quem não queria ouvir, com a desculpa de que era de outra cultura, foi obrigado a ouvir as grandezas de Deus, o evangelho de Deus em sua própria língua.



As grandezas de Deus se revelam através do evangelho. Evangelho é boa-nova; é a boa notícia que advém de Jesus, da sua Pessoa e Obra em favor dos que nele crêem. A pregação nos moldes apostólicos não distorce a mensagem central porque não maquia a realidade do pecador. Não é autoajuda porque não associa princípios de emoção ou de psicologia. Concorre diretamente para restaurar a vida de pecadores, para a glória de Deus. O agente que convence e muda a sorte do pecador na pregação é o Espírito Santo que desceu sobre os apóstolos naquele dia determinado por Jesus para o testemunho dele mesmo, e tem o mesmo efeito em nós nos dias de hoje. Preguemos o evangelho do Senhor Jesus Cristo. O mais ele fará nas vidas dos ouvintes.

Nos laços da cruz!

Rev. Carlos Alberto Castorino de Oliveira.

Pastor da Segunda Igreja Presbiteriana de Anchieta.

COMUNIDADE MODELO VIVENDO O PENTECOSTE.

A História da Igreja tem sido sempre, desde o seu nascimento até o presente, a história da graça de Deus para com o homem. A fundação, a formação e a confirmação da Igreja declara a obra completa do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Na manhã do dia de Pentecostes, cinquenta dias após a ressurreição do Senhor Jesus Cristo, e dez dias depois da sua ascensão, eventos marcantes ocorreram de forma visível. As línguas como de fogo desceram sobre os discípulos quando eles estavam orando reunidos, e alguns efeitos da descida do Espírito Santo foram que eles tiveram as suas mentes iluminadas e compreenderam que o reino não político que Cristo pregou seria agora pregado por eles na dependência total do Espírito Santo.

A igreja inaugurada sob a influencia do Pentecoste era uma igreja poderosa na fé e no testemunho. Pura em seu caráter, e abundante no amor. A arma usada pela igreja, através da qual a igreja crescia demasiadamente, era o testemunho de seus membros. Enquanto aumentava o número de membros aumenta o número de testemunhas, pois cada membro era um mensageiro de Cristo. Alguns motivos desse crescimento foram registrados para nosso conhecimento (a perseverança doutrinária, a perseverança na comunhão e no partir do pão, a perseverança na oração, o temor do Senhor, muita alegria e sinceridade).

Queira o Senhor confirmar sobre nós nos dias atuais o derramamento do seu Santo Espírito de forma que vivamos o Pentecoste a fim de proclamarmos a mensagem salvadora de Jesus neste mundo para expansão do Reino de Deus.

Nos laços da cruz!





Rev. Carlos Alberto Castorino de Oliveira.

Pastor da Segunda Igreja Presbiteriana de Anchieta.

A FUNÇÃO TERAPÊUTICA DA IGREJA É A RESPOSTA DE DEUS A UM MUNDO QUE SE ACHA PERDIDO.


Na fábula Alice no País das Maravilhas, há o relato de uma cena deveras interessante quando ela pergunta ao coelho qual a direção que ela deve seguir. Ele retruca: pra onde você vai? Alice responde: pra qualquer lugar! O coelho encerra: então não importa que direção você siga!

Isso ilustra a realidade de quem precisa de orientação para o rumo a seguir. Se compararmos valores e princípios dados por Deus com algumas atitudes que estão se tornando comuns no mundo, poderemos afirmar que o mundo está sem direção. A Igreja, através da sua função terapêutica, é a resposta de Deus para o mundo que se acha perdido. Ele abençoou todas as famílias da terra na pessoa bendita de seu Filho Jesus, e a maneira dessa promessa alcançar os povos da terra é a mobilização do corpo de Cristo na cidade.

O alvo da igreja é amar a DEUS e alcançar os perdidos. Somos o povo que se importa. Se em cada crente houver um ministro, se em cada casa houver uma igreja, vamos oferecer oportunidade a milhares de vidas de conhecer a promessa de DEUS a Abraão: Em ti serão benditas todas as famílias da terra. Faça parte dessa resposta. Faça da sua família uma igreja – uma célula viva. Promova no seu lar, com familiares e vizinhos, reuniões para ler e ouvir a Palavra de Deus; para interceder, render ações de graças e louvar. Envolva-se com o projeto da sua igreja, use a sua vida para alcançar outras.



O mundo se encontra perdido e não sabe para onde vai, mas Deus usa a Igreja para lhe mostrar o caminho certo: Jesus Cristo é a vida, é a verdade, é o caminho!





Nos laços da cruz!



Rev. Carlos Alberto Castorino de Oliveira.

Pastor da Segunda Igreja Presbiteriana de Anchieta.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

A FUNÇÃO PEDAGÓGICA DA IGREJA PRECEDE A SUA FUNÇÃO TERAPÊUTICA

Como já abordado em edições anteriores, cada segmento da sociedade é identificado por suas características peculiares. É de João Calvino o crédito por reconhecer a importância do estado e da igreja como poderes ordenados por Deus para o bem da humanidade e para a ordem correta da sociedade humana. Cada instituição atuando dentro de sua esfera específica – a igreja como instrumento da graça especial, responsável pela pregação do evangelho e pela vida espiritual dos homens; o estado, como agente da graça comum (alvo calvinista difícil de ser atingido até mesmo numa sociedade comprometida com a teologia reformada), responsável pelos afazeres civis e a observação da lei de Deus conforme revelada nos dez mandamentos.

Um raio-X da sociedade atual revela uma realidade bastante negativa que afeta a humanidade: adultério, falsidade, egoísmo, corrupção, desvio de caráter, falta de amor, etc. Todo o sofrimento imposto ao gênero humano lhe é aumentado dia a dia pela quebra da comunhão com o Criador e seus propósitos. Pela desobediência, advieram consequências que repercutem sobre toda a humanidade, e o único meio pelo qual a comunhão com Deus pode ser restabelecida é através da pregação do evangelho que são as boas novas de salvação em Jesus Cristo. Entende-se por pedagógica a atividade da Igreja de educar através do ensino pela Bíblia e pelo evangelho dos princípios inegociáveis de Deus; por terapêutica, a atividade que trata dos meios de curar e da aplicação dos medicamentos. Essa função foi dada à Igreja, haja vista a manifestação do apóstolo Paulo aos Efésios de que é pela igreja que a multiforme sabedoria de Deus deve-se tornar conhecida, segundo o eterno propósito que estabeleceu em Cristo Jesus, nosso Senhor (3: 10, 11). Também expõe Calvino que “..., onde quer que vemos a Palavra de Deus ser sinceramente pregada e ouvida, onde [vemos] serem os sacramentos administrados segundo a instituição de Cristo, aí de modo nenhum se há de contestar está uma igreja de Deus” (Institutas, IV, 9).
A Palavra é a Palavra de Deus, os sacramentos são sinais visíveis de graça invisíveis. Qualquer faceta diferente do propósito da Igreja, por mais belo e bem intencionado que possa ser não transforma nenhum agrupamento em igreja verdadeiramente, porque a principal característica que identifica a Igreja de Jesus Cristo é a obediência ao seu mandado. Ao pregar sinceramente o evangelho e administrar corretamente os sacramentos, a Igreja cumpre a sua função pedagógica e assim, exerce a sua função terapêutica no mundo.

Porque Jesus Cristo está voltando, importa que todos nós estejamos alerta!

Nos laços da cruz!
                                        Rev. Carlos Alberto Castorino de Oliveira.
Pastor da Segunda Igreja Presbiteriana de Anchieta.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

A UNIDADE DA IGREJA COMO FONTE DE TERAPIA DA ALMA

Ao analisarmos a expressão do apóstolo Paulo: “E a todos nós foi dado beber de um só Espírito” (I Co 12: 13), fica muito claro o conceito de unidade que ela alcança. Como tal expressão foi dirigida à uma igreja do Novo Testamento, seus efeitos se refletem nas igrejas dos dias atuais. Em sentido teológico essa expressão fala de Jesus, o Senhor da Igreja, como centro e razão de ser da unidade de uma verdadeira igreja. Mas, por que “verdadeira igreja”? Existe igreja que não seja verdadeira – pode alguém perguntar.
Não há como negar razão a Calvino e, em parte a Lutero que asseveraram que a verdadeira Igreja [e a sua unidade] claramente se reconhece pela pregação e oitiva sincera do evangelho (poder de Deus para salvação dos que creem) e pela administração dos sacramentos conforme foram instituídos por nosso Senhor Jesus Cristo (como parte da observância obediente da disciplina eclesiástica). Nesse lugar, certamente, o Senhor acrescenta dia a dia os que vão sendo salvos. Pessoas como eu e você vão somando ao rol de membros; então ocorre o crescimento sadio da Igreja.
O ponto controvertido é que a convivência entre pessoas, às vezes ao invés de estreitar os laços fraternos de amizade e de paz, geram desconforto e, consequentemente divisão. Principalmente quando vamos “descobrindo” que não gostamos do que achamos ser defeito nos outros e, assim, sem nos corrigirmos a nós mesmos primeiramente começamos a dar lugar a pequenas coisas que se transformam em um grande embaraço no nosso relacionamento. Mas voltemos a falar da verdadeira igreja.
A Igreja verdadeira é a de Cristo. Não lhe cabe outro rótulo, ela á Igreja, corpo vivo, místico e santo do Senhor. E quem está em Cristo é membro dessa única e verdadeira Igreja. O que define a verdadeira Igreja é a sua união indissolúvel com Cristo; a sua fidelidade inegociável com a Palavra de Deus; é a celebração bíblica e correta dos sacramentos e o exercício amoroso, terapêutico e cristão da disciplina eclesiástica com vistas à pureza da Igreja e à glória de Deus.
Entre os cristãos da verdadeira Igreja não há lugar para posições de disputa e propagação de algo que se ouviu, mas que não contribui positivamente. Basta que cada um se ponha no lugar do outro e reflita se gostaria de receber aquilo que está dando ao seu próximo. Cada um, com a sua família deve se achegar para somar à pureza e à santidade, de forma a tornar a Igreja à qual se filiou um ambiente mais fraterno e acolhedor. Deve mostrar com seu próprio exemplo o que é ser santo (no sentido de ser separado, diferente dos padrões que há no “mundo”, e consagrado a Deus).
Nos aglomerados de pessoas com rótulo de igreja, ao contrário, o que se vê é teatro, individualismo, desavença, falsidade e todas as coisas que destroem a unidade. A liderança de uma Igreja modelo que é terapêutica neste mundo fala menos porque lê mais a Bíblia e nela medita. Sabe que onde o homem fala demais, não deixa espaço para o Senhor falar, contraria a sábia instrução do profeta Habacuque: “O Senhor, porém, está no seu santo templo; cale-se diante dele toda a terra” (Hc 2: 20).
Proponho que entremos em oração neste sentido. Quando qualquer irmão trouxer aos nossos ouvidos coisas que não geram crescimento da unidade que a Igreja deve ter, convidemos a esse tal a orar e orar e orar e orar..., porque quando fechamos a boca pela oração do nosso interior, então Deus abre em Cristo Jesus a sua boca santa para falar conosco.
Que Deus nos visite neste mister... E seja logo, pois a falta de unidade da igreja está acabando com os relacionamentos propostos por Deus.
Nos laços da cruz!                                               
Rev. Carlos Alberto Castorino de Oliveira.
Pastor da Segunda Igreja Presbiteriana de Anchieta.

domingo, 2 de fevereiro de 2014

MINHA IGREJA – IGREJA CONTAGIANTE!

Cada Igreja é indubitavelmente única. Acredito que a nossa igreja pode ampliar a visão no conceito de ser uma comunidade para se tornar uma comunidade modelo com uma marca distintiva: uma igreja contagiante que tem uma fé contagiante e que age por essa fé contagiante.

Uma fé contagiante demonstra o grau de paixão com que a igreja vive cada desafio na trajetória da sua existência. Quando uma igreja deseja ardentemente um mover de Deus ela se mostra mais fervorosa espiritualmente no serviço do Senhor (Rm 12: 11). Todo o seu proceder é fervoroso. Se alguém vem ao culto, mas não traz nenhuma expectativa de que Deus vai surpreendê-lo, essa pessoa vai sair do mesmo jeito que entrou. Mas quando se espera que Deus faça alguma coisa por si mesmo ou por um convidado ou por algum membro da igreja, inevitavelmente ele faz algo extraordinário.

Outro ponto importante é que o efeito de uma fé contagiante gera na igreja alegria na celebração. Os crentes começam a fazer convites aos seus amigos, parentes e vizinhos. Eles fazem isso com uma profunda convicção de que ali Deus ordena a bênção e a vida para sempre. Os crentes são tomados de um senso incomum da presença divina. Começa a haver um grande apego à Palavra de Deus, as pessoas têm prazer em ler, memorizar, aplicar e obedecer a Escritura. A igreja é tomada por um espírito de alegria e gratidão, há uma grande liberdade e participação na adoração. O resultado disso é que dezenas de pessoas são unidas a Cristo. Uma igreja que trem uma fé contagiante entende que tudo que se refere ao cultivo da vida espiritual é altamente apreciado, tudo é feito num clima de festa. A oração é festa, o estudo bíblico é festa, o louvor é festa, o culto é festa. Tudo é encarado como uma grande celebração. Cristo é vivo para aquela gente.

A liderança da Segunda Igreja Presbiteriana em Anchieta espera um despertar do Espírito Santo entre nós de tal forma que nos conduza a fazer-nos deixar pecados, amar mais a Bíblia, amar mais a oração, amar mais aos necessitados, falar mais do Evangelho de Cristo, buscar mais o reino de Deus, ter mais compaixão pelos perdidos. Que Deus nos visite neste mister... E seja logo. Nos laços da cruz!

Rev. Carlos Alberto Castorino de Oliveira.
Pastor da Segunda Igreja Presbiteriana de Anchieta.

sábado, 1 de fevereiro de 2014

A MINHA IGREJA – LUGAR DE BÊNÇÃO

É muito comum que as pessoas sejam identificadas. Nos dias de hoje vemos os mais diversos tipos de identificação de uma pessoa. Ora pelo grupo ao qual pertence, pela cidade de onde veio, pela empresa em que trabalha, pelo time para o qual torce, pelo partido político a que é filiado, etc. Isso tem muito a ver com a cultura da globalização. Usar tecnologia made in china, falar o inglês, imitar a vestimenta ou o comportamento europeu é a tendência do surgimento do sectarismo e do nascimento das tribos, das colônias, dos clubes, dos condomínios fechados, dos grupos da rede social, como uma resposta a aversão ao isolacionismo. Por isso é tão importante pertencer a um grupo, que tem uma identidade, uma marca, uma característica. Todos querem ser identificáveis. Todos querem pertencer a um grupo. E onde a igreja se encaixa em tudo isso?

A Igreja é o mais significativo agrupamento humano, porque ela é o mais perto do céu que podemos chegar nessa vida. É o lugar aonde as grandezas e a glória de Deus devam ser mais manifestas porque é o lugar da presença de Deus. Jesus, o Senhor da Igreja orou pedindo ao Pai que o céu fosse manifestado aqui na terra, na Igreja (“venha o teu reino, faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu” – Mateus 6: 19).

O mais perto da felicidade do céu, da alegria do céu, da adoração do céu, do serviço do céu, só pode ser encontrado na Igreja.

Se você quiser experimentar um pedaço do céu ainda nesse mundo, e estar no lugar de bênção, você deve pertencer à Igreja de Jesus Cristo e nunca se afastar dela. Ore também, e trabalhe para que essa seja a nossa Igreja.

Nos laços da cruz!
Rev. Carlos Alberto Castorino de Oliveira.
Pastor da Segunda Igreja Presbiteriana em Anchieta.

domingo, 12 de janeiro de 2014

A IGREJA COM CRISTO, VIVENDO DE DENTRO PARA FORA




Li algures que alguém foi procurar a igreja e a encontrou no mundo; foi procurar o mundo e o encontrou na igreja. A igreja é um povo chamado do mundo para ser enviada de volta ao mundo como luz do mundo. A igreja está no mundo, mas o mundo não pode estar na igreja, assim como a canoa está na água, mas a água não pode estar na canoa.

No incomparável sermão do monte Jesus mostrou que antes de a igreja apresentar-se ao mundo como sal e luz, precisa primeiro possuir uma nova vida. As bem-aventuranças falam do que a igreja é. Só depois, Jesus fala do que a igreja faz. Vida precede ação. Caráter precede performance. Vida com Deus precede testemunho no mundo. Se individualmente não formos humildes de espírito, se não chorarmos pelos nossos pecados, se não tivermos fome e sede de justiça, se não formos puros de coração, se não formos mansos, misericordiosos e pacificadores, não poderemos ser sal nem luz. Não podemos demonstrar o que não somos. Não podemos refletir o que não temos. Primeiro precisamos ter vida com Deus para depois termos vida para Deus. Você pode ser sal da terra e luz do mundo! Você pode influenciar positivamente as pessoas de forma particular e também de forma pública! Você pode revelar o caráter de Cristo em suas palavras e ações porque no mundo você não está só. Jesus disse: “E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século” (Mt 28: 20)

É tempo de entendermos quem somos para cumprirmos com entusiasmo nossa vocação como sal da terra e como luz do mundo, começando de dentro para fora. 

Em Cristo!
Rev. Carlos Alberto Castorino de Oliveira.

domingo, 5 de janeiro de 2014

2014 – 155 anos da Igreja Presbiteriana do Brasil

Neste ano, a Igreja Presbiteriana do Brasil comemorará seus 155 anos de plantação no solo brasileiro. Textos coletados sobre o tema presbiterianismo dão conta de que foi no dia 12 de agosto de 1859 que o Rev. Ashbel Green Simonton, missionário estadunidense, chegou ao Brasil para plantar a Igreja Presbiteriana. Seu ministério aqui foi de apenas oito anos depois do que veio a falecer de febre amarela aos 34 anos de idade. Mas foi o próprio Deus, em sua fidelidade, que plantou e preservou o povo presbiteriano brasileiro e hoje a Igreja Presbiteriana do Brasil é uma grande e respeitada denominação.

Mas, o que é a Igreja Presbiteriana do Brasil, de fato? Como membro de uma Igreja local o presbiteriano deve conhecer a sua igreja e pode ter total convicção de estar numa Igreja séria porque fundamentada em princípios sólidos caracterizados na Soberania de Deus.

Quanto à sua teologia, as igrejas presbiterianas são herdeiras do pensamento do reformador João Calvino (1509-1564) e das notáveis formulações confessionais (confissões de fé e catecismos) elaboradas pelos reformados nos séculos 16 e 17. Dentre estas se destacam os documentos elaborados pela Assembleia de Westminster, reunida em Londres na década de 1640. A Confissão de Fé de Westminster, bem como os seus Catecismos Maior e Breve, são adotados oficialmente pela IPB como os seus símbolos de fé ou padrões doutrinários. Entre as suas ênfases estão a soberania de Deus, a eleição divina, a centralidade da Palavra e dos sacramentos, o conceito do pacto, a validade permanente da lei moral e a associação entre a piedade e o cultivo intelectual.

No seu culto, as igrejas presbiterianas procuram obedecer ao chamado princípio regulador, isto é, o culto que se atém às normas contidas na Escritura, não sendo aceitas as práticas proibidas ou não sancionadas explicitamente pela mesma. O culto presbiteriano caracteriza-se por sua ênfase teocêntrica (a centralidade do Deus triúno), simplicidade, reverência, hinódia com conteúdo bíblico e pregação expositiva. 

Por mais importante que seja o culto, a vida das igrejas presbiterianas brasileiras não se restringe ao culto apenas, mas também se subordina à educação cristã dos seus adeptos através da Escola Dominical e outros meios; congregam os seus membros em diferentes agremiações internas para comunhão e trabalho; têm a consciência de possuir uma missão dada por Deus, a ser cumprida através da evangelização e do testemunho cristão.

Além da fidelidade e do zelo na pregação da Palavra, a Igreja Presbiteriana do Brasil se estriba na coerência pertinente aos parâmetros teológicos buscando pautar a vida dos seus membros através da educação cristã equilibrada, e pelo engajamento na evangelização mundial.

Um outro importante princípio também muito valorizado pelo presbiterianismo é o comportamento ilibado pela santificação. O mundo está cansado dos teatros e das dissimulações. É preciso compreender de uma vez por todas que o verdadeiro brilho diante das multidões é a vida de piedade e de obediência à Lei de Deus e, consequentemente, vidas impolutas, vidas santas! É disso que o mundo necessita para imitar. Portanto, a Igreja Presbiteriana deve continuar santa neste mundo depravado!

O presbiterianismo tem uma visão abrangente da vida, entendendo que o evangelho de Cristo tem implicações para todas as áreas da sociedade e da cultura. Isso traduz equilíbrio e respeito no relacionamento entre membros e líderes, e entre estes e o Deus Pai, Filho e Espírito Santo – o Senhor. Nisso o Senhor da Igreja é glorificado!


No amor de Jesus Cristo! Rev. Carlos Alberto Castorino de Oliveira.



sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

"Tudo se fez Novo" (II Coríntios 5: 17-21)




A passagem acima pode ser resumida em: mudança/conversão. É isso que um encontro com Jesus proporciona. Simples assim. "E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas (II Co 5:17). É nova criatura – A expressão kainè ktísis – “nova criatura” quer dizer, literalmente, “uma nova criação”.

Note que o texto de 2 Coríntios 5:17 não diz que estas pessoas serão tornadas novas criaturas, nem que elas deverão ser novas criaturas, mas sim que são novas criaturas. A mesma expressão é usada por Paulo em Gálatas 6: 15 onde a ênfase no “ser” é também evidente. A expressão ktísis - traduzida por “criatura” implica em um novo ato de criação como o foi o ato de Deus descrito nos capítulos 1 e 2 do livro de Gênesis. No Novo Testamento a expressão ktísis - é usada para descrever as seguintes verdades:

1) Os atos de Deus como Criador – ver Romanos 1: 20; e
2) Os seres criados, as criaturas – ver Romanos 1: 25.

Existe, na conversão do pecador, um ato da parte de Deus semelhante ao processo da criação do universo - ex-nihilo - e que este poder de Deus é indispensável tanto em um caso como no outro. Que a mudança efetuada pelo poder de Deus no coração humano é tão grande que a melhor maneira para expressá-la é chamar este homem de “novo homem”, “nova criatura” ou “nova criação”. A partir deste momento este homem possui uma nova concepção da vida, novos motivos o impulsionam, novos princípios o controlam, ele possui novos objetivos e novos planos para sua vida. Seus alvos são novos e ele vive, em todas as dimensões, uma vida completamente nova.
Paz do Senhor a todos. Pb. Robson Dias